O USO DOS MARCADORES PROSÓDICOS LEXICAIS POR ALUNOS DAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE ESCOLA PÚBLICA DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.54221/rdtdppglinuesb.2020.v8i1.200

Palavras-chave:

Leitura, Marcadores Prosódicos Lexicais, Prosódia

Resumo

Os aspectos prosódicos são importantes para o desempenho da leitura. Dessa maneira, pistas prosódicas para serem implementadas na leitura são obtidas por meio do Marcador Prosódico (MP) e dentre esses marcadores existem algumas palavras que também exercem essa função, por isso são chamadas de marcador prosódico lexical (MPL). Esses MPLs podem aparecer anteposto ou posposto a frase que esta sob o seu escopo. Ainda, é possível afirmar que os leitores que conseguem organizar e recuperar a marcação prosódica corretamente têm uma leitura mais fluída e podem ser considerados leitores fluentes. E o que dizer dos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental? Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental I de escola pública realizam as variações prosódicas quando os MPLs podem aparecer anteposto ou posposto a frase que está sob o seu escopo quando incitadas pelos MPLs em leitura oral? Nossa hipótese foi a de que independentemente da posição do MPL os alunos não conseguem recuperar as variações prosódicas, pois acreditamos que, o nível de leitura dos (as) participantes desta pesquisa ainda não é fluente o bastante para fazer com que os informantes resgatem as variações prosódicas incitadas pelo MPLs que foram utilizados na nossa pesquisa. Assim, nosso objetivo, neste trabalho foi analisar e avaliar, por meio de questionário, o hábito de leitura dos pais e dos alunos dos anos finais de escola pública de Vitória da Conquista, bem como verificar e avaliar o comportamento prosódico dos alunos em fase de aquisição de leitura de escola pública nas séries finais do Ensino Fundamental I de Vitória da Conquista – Bahia quando os MPLs vêm antes e/ou depois da frase alvo. Para tanto, avaliamos a leitura em três grupos de alunos das séries finais do ensino fundamental I, a saber: 3°, 4° e 5° anos. Para verificar o comportamento prosódico com as variações dos marcadores prosódicos, foi escolhido um texto (João e Maria) e adaptado com MPLs de volume (disse alto e disse baixo), de altura (berrou e sussurrou) e um neutro (disse). A produção oral dos alunos foi gravada. Os dados foram submetidos a análises acústicas e estatísticas. Os Resultados comprovam que, os sujeitos avaliados ainda não conseguem implementar as variações prosódicas dos MPLs. Nossas análises fortalecem e confirma nossa hipótese que é a de que: independentemente da posição dos MPLs os alunos não conseguem recuperar as variações prosódicas incitadas pelos MPLs. Essa confirmação, ainda, nos permite afirmar que, os participantes da pesquisa ainda não têm uma leitura fluente e sofisticada o bastante para fazer o resgate das variações prosódicas.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ALVES, L. M. A prosódia na leitura da criança disléxica. 283 f. Tese (Doutorado em Lingüística) – UFMG / FALE, Belo Horizonte, 2007.

AYRES, M.; AYRES JÚNIOR, M.; AYRES, D.L.; SANTOS, A. A. 2007. BIOESTAT – 16 Aplicações estatísticas nas áreas das ciências bio-médicas. Ong Mamiraua. Belém: Ong 17 Mamiraua, 2007.

BATISTA, A. A. G. Alfabetização, leitura e ensino de Português: desafios e perspectivas curriculares. In: SEMINÁRIO NACIONAL CURRÍCULO EM MOVIMENTO - PERSPECTIVAS ATUAIS, 1, 2010, Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte, 2010.

BRASIL. LDB: Lei de diretrizes e bases da educação nacional. 2. ed. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2019. 58 p.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Língua Portuguesa. Ensino Fundamental. Terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 2017.

BREZNITZ, Z. Fluency in reading: synchonization of processes. Mahwah: Lawrence Elbaum Associates, 2006.

CAGLIARI, L. C. Marcadores prosódicos na escrita. In: SEMINÁRIO DO GRUPO DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS, 18, 1989, Lorena. Anais [...]. Lorena: Grupo de Estudos Linguísticos de São Paulo, 1989. p. 195-203.

CAGLIARI, L. C. Prosódia: Algumas Funções dos Supra-segmentos. Caderno de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 23, p.137-151, 1992.

CAGLIARI, L. C. A Estrutura Prosódica do romance A Moreninha. Oxofor: Estágio Pós-Doutoral, 2002. 40 p. (Relatório).

CAGLIARI, L. C. O papel da tessitura dentro da prosódia portuguesa. Razões e Emoção, 2001.

COSTA, R. C.; SILVA, R.; VILAÇA, M. L. C. A evolução e revolução da escrita: um estudo comparativo. Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos, v. 17, n. 11, p. 121-129, 2013.

DICIONÁRIO AURÉLIO ELETRÔNICO. Século XXI. Versão 3.0. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

DICIONÁRIO VIRTUAL. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/oralidade. Acesso em: 12 jan. 2019.

FISCHER, S. R. História da escrita. São Paulo: UNESP, 2009.

FRANCHETTO, B.; LEITE, Y. Origens da linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

GOOD, R. H.; SIMMONS, D. C.; KAME’ENUI, E. J. The importance e decision making utility of a continuum of fluency-based indicators of oundational reading skills for third-grade highs takes out comes, SciStudRead, v. 5, n. 3, p. 25788, 2001. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1207/S1532799XSSR0503_4.

KATO, A. M. No mundo da escrita: Uma perspectiva psicolinguística. 2. ed. Editora Ática, 1987.

KATO, A. M. O aprendizado da leitura. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2005.

MASSINI-CAGLIARI, G.; CAGLIARI, L. C. Fonética. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (Orgs). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2006. 1 v. p. 105-146.

MARCUSCHI, L. A Oralidade e escrita. Siguótica, Goiás, v. 9, p. 119- 145, 1997.

MARTINS, R. Prosody and Language. 1997. Disponível em: http://sorrel.humboldt.edu/~morgan/prosody.htm. Acesso em: 22 jan. 2019.

MENEZES, D. C. D. Leitura e escrita: uma análise prosódica dos romances de Raduan Nassar. 2015. 102p. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Vitória da Conquista, 2015.

MORAIS, J. A arte de ler. Trad. Álvaro Lorencini. São Paulo: Editora UNESP, 1996.

PACHECO, V. Estudo dos Marcadores Prosódicos através de uma investigação acústico-perceptual de textos lidos por falantes do português do Brasil. 2003. 132p. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, 2003.

PACHECO, V. O efeito dos estímulos auditivo e visual na percepção dos marcadores prosódicos lexicais e gráficos usados na escrita do português brasileiro. 2006. 349p. Tese (Doutorado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, 2006.

PACHECO, V. Evidências do funcionamento da língua oral no texto escrito. Interseccções, v. 1, p. 1-15, 2008.

BOERSMA, P.; WEENINK. D. Praat 5.0 Disponível em: http://www.fon.hum.uva.nl/praat/download_win.html. Acesso em: jul. 2018.

PERFETTI, C. Reading ability. New York: Oxford University Press, 1985.

PISONI, D. B.; LUCE, P. A. Trading relations, acoustic cue integration, and context effects in speech perception. In: SCHOUTEN, M. E. H. (org.). The Psychophysics of speech perception. Dordrecht: Martinus Niijhoff Publishers, 1987, p. 155-172. (Nato Aso, 39).

SAMPSON, G. Sistemas de escrita: tipologia, história e psicologia. São Paulo: Ática, 1996.

SANTOS, A. O papel dos marcadores prosódicos na fluência de leitura. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 2012.

SCARPA E. M. Apresentação. In: SCARPA E. M. (org.) Estudos de Prosódia. Campinas: Editora da Unicamp, 1999. p. 7-17.

SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 2012.

WALKER, B. J.; MOKHTARI, K.; SARGENT, S. Reading fluency: More than fast and accurate Reading. In: RASINSKI, T. V.; BLACHOWICZ, C.; LEMS, K. (eds.). Fluency Instruction: Research-based Best Practices. New York: Guilford Pres. 2006. p. 86-105.

Downloads

Publicado

30-12-2020