O PRONOME ELE ACUSATIVO NA HISTÓRIA DO PORTUGUÊS: UMA ABORDAGEM SOCIOLINGUÍSTICA E (SÓCIO)FUNCIONALISTA
DOI:
https://doi.org/10.54221/rdtdppglinuesb.2018.v6i1.134Palavras-chave:
Acusativo anafórico, Pronome ele acusativo, Sociolinguística, Sociofuncionalismo, GramaticalizaçãoResumo
Esta dissertação analisa as formas pelas quais se realiza o objeto direto anafórico na fala de informantes do Português Popular e Culto de Vitória da Conquista – BA, focalizando nosso estudo no uso do Pronome ele acusativo, considerado como a variante eivada de preconceito por parte de uma determinada classe social. Partimos do pressuposto de que a função acusativa anafórica vem passando por um processo de variação e gramaticalização, sendo motivada não só por fatores internos à estrutura da língua, mas também pelos fatores externos (sociais). Para isso, embasamos nosso estudo nos pressupostos teórico metodológicos da Sociolinguística Variacionaista e do (Socio)Funcionalismo, cujos dados para análise foram extraídos dos corpora do Português Popular (PPVC) e Culto (PCVC) de Vitória da Conquista, constituídos pelo Grupo de Pesquisa em Linguística Histórica e em Sociofuncionalismo (Janus). Utilizamos amostras de fala de 12 informantes do Português Popular, os quais foram cotejados com os dados de 12 informantes do Português Culto, ambos estratificados em sexo e faixa etária, e submetidos ao Programa GoldVarb X. Os resultados revelam que o uso do Pronome ele acusativo tende a ser mais frequente em contextos linguísticos cujo antecedente do objeto apresente o traço semântico [+humano] e com estruturas simples ocorridas no passado, mas ainda não concluída. Em relação aos fatores sociais, o uso do Pronome ele foi favorecido na Faixa II, com informantes do sexo feminino, quando se trata da norma popular. Na fala dos informantes cultos, a frequência dessa variante foi maior entre os jovens e informantes do sexo masculino.
Métricas
Referências
ALKMIM, T. M. Sociolingüística - Parte I. In: MUSSALIM, F; BENTES, A. C. Introdução à Sociolingüística - domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. p. 22-47.
ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da língua portuguesa. 45. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
AMARAL, A. O dialecto caipira: gramática, vocabulário. São Paulo: Casa Editora “O Livro”, 1920.
ASSIS, M. Dom Casmurro. São Paulo: Melhoramentos, 2010.
BAGNO, M. Dramática da língua portuguesa: tradição gramatical, mídia & exclusão social. São Paulo: Edições Loyola, 2001.
______. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 2007.
______. Dicionário Crítico de Sociolinguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2017, p. 121-122.
BARBOSA, R. Réplica. São Paulo: Editora da OAB, 1980.
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 ed. rev. e ampl. 14ª reimpr. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
BENVENISTE, É. A natureza dos pronomes. In: ______. Problemas de Linguística Geral I. Campinas, SP: Pontes, 2005 [1995], p. 277-283.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. São Paulo: Bertrand Brasil, 2000.
BUENO, F. S. Estudos de Filologia Portuguêsa. São Paulo: Saraiva, 1967.
______. Grande Dicionário Etimológico-prosódico da Língua Portuguêsa – Vocábulos, Expressões da Língua Geral e Científica-sinônimos – Contribuições do Tupi-Guarani Catedrático de Filologia Portuguêsa da Universidade de S. Paulo. 6º v. 2 Tiragem. São Paulo: Edição Saraiva, 1968. p. 3215.
BLOOMFIELD, L. Langague. London: Montilal, 1933.
CAMARA Jr, J. M. Problemas de Linguística Descritiva. 3.ed. São Paulo: Vozes, 1972.
___________. Dispersos de J. Mattoso Câmara Jr. Seleção e Introdução por Carlos Eduardo Falcão Uchôa. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1975 [1957].
___________. História e Estrutura da Língua Portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Padrão – Livraria Editora Ltda., 1979 [1975].
___________. Dicionário de Lingüística e Gramática. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1984.
CASTILHO, A T. Nova Gramática do Português Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2016.
CEZARIO, M. M.; MARQUES, P. M.; ABRAÇADO, J. Sociofuncionalismo. In: MOLLICA, M. C.; FERRAREZI JUNIOR, C. (Orgs.). Sociolinguística, sociolinguísticas: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2016, p.45-61.
COELHO, I. L.; GÖRSKI, E. M.; SOUZA, C. M. N. de; MAY, G. H. Sociolinguística. [s.n]. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2012;
________. A teoria da variação e mudança linguística. In: Para conhecer sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2015, p. 55-96.
COUTINHO, I. L. Gramática Histórica. Rio de Janeiro: Imperial Novo, 2011.
CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do Português Contemporâneo. 2. ed. 35 reimpr. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
CUNHA, M. A. F. da; COSTA, M. A.; CEZARIO, M. M. Pressupostos teóricos fundamentais. In: CUNHA, M. A. F. da; OLIVEIRA, M. R. de; MARTELOTTA, M. E. (Org.). Lingüística funcional: teoria e prática. Rio de Janeiro: Faperj: DP&A, 2003, p. 29-55.
CYRINO, S. M. L. O objeto nulo no português do Brasil - um estudo sintático-diacrônico. Tese de doutorado, UNICAMP, Campinas, SP, 1994.
______. “O objeto nulo no português brasileiro.” In: Gärtner, E; Schönberger, C. H. A. (orgs) Estudos de gramática portuguesa, vol III Frankfurt am Main, TFM, 2000. p. 61-73.
DALGADO, S. R. Estudos sobre os crioulos indo-europeus. Lisboa: Comissão para as comemorações dos descobrimentos portugueses, 1998.
DUARTE, M. E. L. Variação e sintaxe: clítico acusativo, pronome lexical e categoria vazia no português do Brasil. Dissertação de Mestrado, PUC-SP, 1986.
DUARTE, M. E. L. Clítico acusativo, pronome lexical e categoria vazia no português do Brasil. In: TARALLO, F. (Org.) Fotografias sociolingüísticas. Campinas, SP: Pontes, 1989, p. 19 a 33.
DUARTE, M. E. L.; RAMOS, J. M. Variação nas funções acusativa, dativa e reflexiva. In: MARTINS, M. A.; ABRAÇADO, J. (Orgs.) Mapeamento sociolinguístico do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2015, p. 173 a 195.
DUBOIS, J. et al. Dicionário de Lingüística. 10.ed. São Paulo: Cultrix, 1998 [1973].
ELIA, S. A unidade linguística do Brasil: condicionamentos geo-econômicos. Rio de Janeiro: Padrão, 1979.
FARIA, E. Gramática Superior da Língua Latina. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1958.
FIGUEIREDO, C. O que se não deve dizer. Lisboa: Clássica, 1912.
FREIRE, G. C. Os clíticos de terceira pessoa e as estratégias para a sua substituição na fala culta brasileira e lusitana. Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro, UFRJ, 2000.
______. A realização do acusativo e do dativo anafóricos de terceira pessoa na escrita brasileira e lusitana. Tese de Doutorado em Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, UFRJ, 2005, 204 pp.
FREITAG, R. M. K. et al. Avaliação e variação linguística: estereótipos, marcadores e indicadores em uma comunidade escolar. In: FREITAG, R. M. K.; SEVERO, C. G.; GÖRSKI, E. M. (Orgs.). Sociolinguística e Política Linguística: olhares contemporâneos. São Paulo: Blucher, 2015. p. 149-160. Disponível em: http://openaccess.blucher.com.br/article-details/avaliacao-e-variacao-linguistica-19935. Acesso em: 05 out. 2017.
GALVES, C. Ensaios sobre as gramáticas do português. Campinas: Editora da UNICAMP, 2001.
GIVÓN, T. From discourse to syntax: grammar as a processing strategy. In: GIVÓN, Talmy. Syntax and semantics and syntax, New York: Academic Press, v. 12, 1979, p. 81-112.
GONÇALVES, S. C. L.; LIMA-HERNANDES, M. C.; CASSEB-GALVÃO, V. C. et al. Tratado geral sobre gramaticalização. In: ______. Introdução à Gramaticalização: princípios teóricos e aplicação. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. p. 16-66.
GONÇALVES, S. C. L.; CARVALHO, C. S. Critérios de gramaticalização. In: GONÇALVES, S. C. L.; HERNANDES, M. C.; CASSEB-GALVÃO, V. C. (Orgs.) Introdução à gramaticalização: princípios teóricos & aplicação. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. p. 67-90.
GUY, G. R.; ZILLES, A. Sociolinguística Quantitativa – instrumental de análise. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
HOPPER, P. On Some Principles of Grammaticalization. In.: TRAUGOTT, E. C.; HEINE, B. (Orgs.). Approaches to Grammaticalization. Amsterdam: John Benjamins, 1991, p. 17-36.
HOUAISS, A.; VILLAR, M.S. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, elaborado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. 4 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 1560-1561.
HUBER, J. Gramática do português antigo. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1986 [1956].
KATZ, D.; e BRALY, K. Racial Stereotypes of one hundred College Students. Journal of Abnormal and Social Psychology, 28, 1933, 280-290.
LABOV, W. Sociolinguistic Patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.
_______. Building on empirical foundations. In: LEHMANN, W. P.; MALKIEL, Y. (Eds.). Perspectives on historical linguistics. Amsterdam; Philadelphia: John Benjamins, 1982. p. 17-92.
_______. The child as a language historian. Language Variantion and Change. v. 1, n.1, p. 85-94, 1989a.
_______. Principles of linguistic change. Oxford; Cambridge: Blackwell, 1994.
_______. Padrões Sociolingüísticos. Trad. de M. Bagno; M. M. P. Scherre; C. R. Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008 [1972].
LUCCHESI, D. Sistema, mudança e linguagem: um percurso na história da linguística moderna. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
LYONS, J. Linguagem e Linguística. Trad. Marilda Winkler Averbug e Clarise Sieckenius de Souza. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.
MARQUES DE SOUSA, A. A. As realizações do acusativo anafórico no português europeu e brasileiro: um estudo diacrônico. Dissertação de mestrado. UFRJ, Faculdade de Letras, 2017.
MARROQUIM, M. A língua do Nordeste (Alagoas e Pernambuco). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1934.
MARTINET, A. Elementos de Lingüística Geral. 8.ed. Tradução de José Morais Barbosa. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1978 [1933].
MATEUS, M. H. M. et al. Gramática da língua portuguesa. 5 edição, revista e aumentada. Lisboa: Caminho, 2003. p. 47.
MATTOS E SILVA, R. V. Caminhos da Linguística Histórica – “ouvir o inaudível”. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
______. Para a história do português culto e popular brasileiro: sugestões para uma pauta de pesquisa. Cadernos de Letras da UFF – Dossiê: Literatura, língua e identidade, n. 34, p. 11-30, 2008.
MAURER JR, T. H. Gramática do Latim Vulgar. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1959.
MEILLET, A. Linguistique historique et linguistique générale. Paris: Librairie Honoré Champion Éditeur, 1958[1912].
______. Comment le Mots Chagent de Sens. In: Linguistique Historique et Linguistique Générale. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1977 [1905-1906].
________. L’état Actuel des Études de Linguistique Générale. In: Linguistique Historique et Linguistique Générale. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1948[1906].
MENON, O. P. S. O Sistema Pronominal do Português do Brasil. Revista Letras. V. 44. Curitiba: Editora da UFPR, 1995. p.91-106.
MONTEIRO, J. L. Pronomes Pessoais: subsídios para uma gramática do português do Brasil. Fortaleza: Edições UFC, 1994.
NARO, A. J. Modelos quantitativos e tratamento estatístico. In: MOLLICA, M. C; BRAGA, M. L. (Orgs.) Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2015, pp. 15-25.
NARO, A. J. O dinamismo das línguas. In: MOLLICA, M. C; BRAGA, M. L. (Orgs.) Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2015, pp. 43-50.
NEIVA, N. C. Objeto direto anafórico na fala culta de Salvador: o clítico em desuso. Dissertação de mestrado, UFBA, 2007.
NEVES, M. H. M. O processo da Gramaticalização. In: _____. A Gramática Funcional. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
______. Gramática de Usos do Português. 6 reimpr. São Paulo: Editora UNESP, 2000.
______. A gramática: história, teoria e análise, ensino. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p.80-89.
NUNES, J. J. Compêndio de Gramática Histórica Portuguesa (Fonética e Morfologia). 8 ed. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1975 [1910].
OMENA, N. P. de. Pronome pessoal de terceira pessoa: suas formas variantes em função acusativa. Dissertação de mestrado, PUC-RJ, 1978.
PAIVA, M. C. de. A variável gênero/sexo. In: MOLLICA, M. C; BRAGA, M. L. (Orgs.) Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2015, p. 33-42.
PALHANO, H. O português popular do Brasil. São Paulo: FTD, 1958.
PEREIRA, E. C. Grammatica Historica. 9 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935.
POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2005 [1996].
ROCHA LIMA. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 43 ed. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 2003.
ROMAINE, S. Socio-Historical Linguistics: its Status and Methodology. New York: Cambridge University Press, 1982.
SAID ALI, M. Gramática Secundária e Gramática Histórica da Língua Portuguesa. 3 ed. Brasília: Editôra Universidade de Brasília, 1964.
SOUSA, A. C.S. A Rua do Maga-Sapo: cotidiano e representações da prostituição em Vitória da Conquista-BA (1950-1971). Programa de Pós-Graduação em Letras: Cultura, Educação e Linguagens, UESB, 2013.
SOUSA, V. V. Os (Des)caminhos do você: uma análise sobre a variação e mudança na forma, na função e na referência do pronome você. Tese de doutorado: João Pessoa, 2008.
SILVA, J. A. A. da. A concordância verbal de terceira pessoa do plural no português popular do Brasil: um panorama sociolinguístico de três comunidades do interior do estado da Bahia. Tese de doutorado, UFBA, Instituto de Letras, 2005.
SILVA-DE-SOUSA, M. A. A Conquista do Sertão da Ressaca: povoamento e posse da terra no interior da Bahia. Dissertação de mestrado em História, UFMG, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1998.
SILVA NETO, S. da. Introdução ao estudo da Língua Portuguesa no Brasil. 5.ed. Rio de Janeiro: Presença, 1986 [1950].
SILVEIRA, S. da. Lições de Português. 9. ed. Rio de Janeiro: Presença; Brasília: INL, 1983 [1952].
STRATTON, P.; HAYES, N. Dicionário de Psicologia; tradução de Esméria Rovai. São Paulo: Cengage Learning, 2008.
TANAJURA, M. História de Conquista: Crônica de uma cidade. Vitória da Conquista: Brasil-Artes Gráficas, 1992.
TARALLO, F. A Pesquisa Sociolinguística. São Paulo: Ática, 1986.
TAVARES, M. A. A gramaticalização de e, aí, daí e então: estratificação/variação e mudança no domínio funcional da sequenciação retroativo-propulsora de informações – um estudo sociofuncionalista. Tese de doutorado em Linguística. UFSC, 2003.
TRAUGOTT, E. C. & HEINE, B. Introduction. In: TRAUGOTT, E. C. & HEINE, Traugott (eds.). Approaches to Grammaticalization. V.1: Focus on Theoretical and Methodological Issues. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 1991, p. 1-14.
VASCONCELOS, J. L. Notas filológicas. Lisboa: Edição Revista de Portugal, 1912.
VOTRE, S. J. Relevância da variável escolaridade. In: MOLLICA, M. C; BRAGA, M. L. (Orgs.) Introdução à Sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2015, p. 51-57.
WEINREICH, U.; LABOV, W. & HERZORG, M. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. (Tradução da edição original de 1986, por Marcos Bagno.) São Paulo: Parábola Editorial. 2006 [1968].
______. Empirical foundations a theory of language change. In: LEHMANN, W.; Y. (Eds.). Directions for historical linguistics. Austin: University of Texas Press, 1968.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.