A REDUPLICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO LINGUÍSTICO: UMA EXPLICAÇÃO VIA O MODELO DOS TEMPLATES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.54221/rdtdppglinuesb.2024.v12i1.268

Palavras-chave:

Reduplicação Fonológica; Templates; Sistemas Adaptativos Complexos.

Resumo

Neste estudo, investigamos o percurso e a produtividade das reduplicações no desenvolvimento do português brasileiro (PB), no intuito de verificar a influência da tipologia da língua e da emergência de templates. Este estudo tem como base a perspectiva dos Sistemas Adaptativos Complexos (SAC) (THELEN; SMITH, 1994; LARSEN-FREEMAN; CAMERON, 2008; BAIA, 2013) e do Modelo dos templates (VIHMAN; CROFT, 2007) na análise do fenômeno, a partir de uma perspectiva holística, a qual parte da variabilidade e instabilidade presente na emergência de qualquer sistema aberto. São analisados dados naturalísticos do estudo de caso de L. no período de 0;11 a 2;8 anos. Após análise dos dados, observamos que as produções reduplicadas seguem as tendências presentes na tipologia do PB adulto. Todavia, no que se refere à relação entre reduplicação e templates, ela não pode ser usada como resposta a respeito da emergência de reduplicações, pois houve desencontro entre sessões nas quais as reduplicações foram frequentes e as sessões nas quais houve template operante.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALVES, U, K. Teoria da Sílaba. In: HORA, D. da; MATZENAUER, C. L. Fonologia, fonologias. São Paulo: Contexto, 2017. p. 125 – 140.

ARAÚJO, G. A. Truncamento e reduplicação no português brasileiro. Revista de Estudos da Linguagem. V.10, n. 1, p. 61-90, 2002.

BAIA, M. F. A. Formato prosódico inicial na aquisição do português brasileiro e as implicações metodológicas. Orientador: Raquel Santana Santos. 2008. 172 f. Dissertação (Mestrado em Semiótica e Linguística) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

BAIA, M. F. A. A reduplicação fonológica na aquisição do português brasileiro: Uma Comparação Com Outras Línguas Românicas. ReVEL, v. 8, n. 15, p. 31- 46, 2010.

BAIA, M. F. A. Os templates no desenvolvimento fonológico: o caso do português brasileiro. Orientador: Raquel Santana Santos. 2013. 214 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade de São Paulo, 2013.

BAIA, M. F. A.; CORREIA, S. A auto-organização na emergência da fonologia: templates na aquisição do português brasileiro e europeu. ReVEL, v. 14, n. 27, 2016.

BAIA, M. F. A.; CORREIA, S. Reduplicated words and templates in Brazilian and European Portuguese. In: BABATSOULI, E. (ed.). Crosslinguistic Research in Monolingual and Bilingual Speech. Institute of Monolingual and Bilingual Speech, 2018. p. 81-92.

BAIA, M. F. A.; AGUIAR, J. C. S. Forma e função no desenvolvimento fonológico: quando uma palavra é uma palavra. Revista Entrepalavras, v. 10, p. 166-189, 2020.

BAIA, M. F. A; OLIVEIRA, F. N. Há relação entre as onomatopeias e os Templates no desenvolvimento fonológico? In: SEMINÁRIO DE PESQUISA E ESTUDOS LINGUÍSTICOS, 9, 2017, Vitória da conquista. Anais [...]. Rio de Janeiro, 2017.

BALIEIRO JR., A. P. Psicolinguística. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. (org.). Introdução à Linguística. São Paulo: Cortez, 2002. v. 2. p. 171-201.

BATES, E.; MACWHINNEY, B. Functionalism and the Competition Model. In: BATES, E.; MACWHINNEY, B. (ed.). The Crosslinguistic Study of Sentence Processing. New York: Cambridge University Press, 1989.

BAT-EL, O. Consonant Identity and Consonant Copy: The Segmental and Prosodic Structure of Hebrew Reduplication. Linguistic Inquiry, v. 37, n. 2, p. 179-210, Spring 2006.

BATTISTI, E; MAGALHÃES, J. Fonologia Métrica. In: HORA, D. da; MATZENAUER, C. L. Fonologia, fonologias. São Paulo: Contexto, 2017. p. 98-108.

BERMAN, R. A. Natural phonological process at the one-word stage. Lingua, n. 43, p. 1-21, 1977.

BISOL, L. Fonologia Lexical. In: HORA, D. da; MATZENAUER, C. L. Fonologia, fonologias. São Paulo: Contexto, 2017. v. 1. p. 09-181.

BOCKORNI, L. R. S. Estratégias prosódicas na fala profissional de Jéssica Senra: a ênfase no telejornalismo. Orientador: Vera Pacheco. 2021. 126 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2021.

BROSELOW, E.; MCCARTHY, J. A theory of internal Reduplication. The Linguistic review, 3, p. 25-88, 1983.

CÂMARA-JR. Estrutura da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Vozes, 1975.

CARMO, P. M. O. O desenvolvimento fonológico e sua relação com o léxico inicial na fala de gêmeos e não gêmeos. Orientador: Maria de Fátima de Almeida Baia. 2018. 190 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2018.

CHOMSKY, N.; HALLE, M. The sound pattern of English. Nova York: Harper & Row, 1968.

CINTRA, G. Distribuição de padrões acentuais no vocábulo em português. Confluência, v. 5. n. 3, p. 83-92, ed. Unesp Assis, 1997.

DEMUTH, K. The prosodic structure of early words. In: MORGAN, J. L.; DEMUTH, K. (ed.). Signal to Syntax: Bootstrapping from Speech to Grammar in Early Acquisition. Lawrence Erlbaum ed., 1996. p. 171-184.

DUQUE, A. C. M.; PIRES, C. S. A. G. Afasias de Luria: Correlação Entre o Tipo de Lesão e os Aspectos Linguísticos. Revista de Psicologia, v.13, n. 44, p. 40-52, 2019.

FEE, J.; INGRAM, D. Reduplication as a strategy of phonological development. Journal of Child Language, v. 9, p. 41-54, 1982.

FERGUSON, C. Reduplication in child phonology. Journal of child language, v. 10, p. 239-243, 1983.

FINGER, I. A abordagem conexionista de aquisição de linguagem. In: QUADROS, R. M. de; FINGER, I. (org.). Teorias de aquisição da linguagem. 3. ed. Florianópolis, SC: Editora UFSC, 2017. v. 1. p. 127-144.

GROLA, E.; SILVA, M. C. F. Para conhecer aquisição de linguagem. São Paulo: Editora Contexto, 2014.

HALLIDAY, M. On the Transition from Child Tongue to Mother Tongue. In: WEBSTER, J. (ed.). The Language of Early Childhood. London: Continuum, 2003 [1983]. p. 210-226.

INGRAM, D. (1974). Phonological rules in young children. Journal of Child Language, v. 1, p. 49-64, 1974.

KATAMBA, F. Morphology. NY: St. Martin’s Press, 1993.

KELSN, J. A. S. Dynamical Patterns: The Self-Organization Of Brain and Behavior. Cambridge: MIT Press, 1995.

KEREN-PORTNOY, T.; MAJORANO, M.; VIHMAN, M. M. From phonetics to phonology: The emergence of first words in Italian. Journal of Child Language, v. 36, p. 235-267, 2008.

KLEIN, H, B. Reduplication Revisited: functions, constraints, repairs, and clinical implications. American Journal of Speech-Language Pathology, v. 14, p. 71-83, 2005.

KREITMAN, R. Diminutive reduplication in Modern Hebrew. Working papers of the Cornell Phonetics Laboratory, v. 15, p. 101-129, 2003.

LARSEN-FREEMAN, D. Chaos/complexity science and second language acquisition. Applied Linguistics, v. 18, n. 2, p. 141-165, 1997.

LARSEN-FREEMAN, D.; CAMERON, L. Complex systems and applied linguistics. Oxford: Oxford University Press, 2008.

LEROY, M.; MORGENSTERN, A. Reduplication before two years old: a tool for the construction of the lexicon em GRAZ. Reduplication Conference. Institut für Sprachwissenschaft, Universität GRAZ, Austria, 2002.

LOCKE, J. L. The Child’s Path to Spoken Language. Cambridge: Havard University Press, 1993.

MCCARTHY, J.; PRINCE, A. Foot and word in prosodic morphology. Natural language and Linguistic Theory, v. 8, n. 1, p. 209-84, 1990.

MANSUR, L. L.; RADANOVIC, M. Neurolinguística: princípios para a prática clínica. São Paulo: iEditora, 2003. p. 15-41.

MIOTO, C. A gramática gerativa e a aquisição da linguagem. Letras de Hoje, v. 30, n. 4, p. 75-81, dez. 1995.

MOREIRA, G.; BAIA, M. F. A.; OLIVEIRA, M. Templates no desenvolvimento típico de uma criança adquirindo a fonologia do PB: um estudo sobre tokens e types. Diadorim, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 346-364, jul./dez. 2018.

NAME, C. Produção da Linguagem. In: MAIA, M. Psicolinguística, psicolinguísticas: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2015. p. 71-83.

NEVES, M. H. M. Uma visão geral da gramática funcional. Alfa: Revista de Linguística (UNESP. Impresso), São Paulo, v. 38, p. 109-127, 1994.

OSGOOD, C.; SEBEOK, T. A. (ed.). 1954. Psycholinguistics. A survey of theory and research problems. 2. ed. Bloomington: Indiana University Press/Baltimore Waverly Press, 1965.

PETITTO, L. A.; MARENTETTE, P. F. Babbling in the manual mode: evidence for the ontogeny of Language. Science, Washington, v. 251, n. 5000, p. 493-1496, 1991.

PRONCKO, N. H. Language and psycholinguistics: a review. Psychological Bulletin., n. 43, p. 189-239, 1946.

RAIMY, E. The phonology and morphology of reduplication. New York: Mouton de Gruyter, 2000.

SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodologia de pesquisa. 3. ed. São Paulo, 1998.

SANTOS, R. S. Adquirindo a fonologia de uma língua: produção, percepção e representação fonológica. São Paulo: Alfa, p. 465-481, 2008.

SCARPA, E. M. Aquisição da Linguagem. In: MUSSALIM, F.; BENTES, A. C. (org.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2001. p. 203-232.

SCLIAR-CABRAL, L. Psicolinguística e Neurolinguística. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, SP, v. 32, p. 37-48, 1997.

SLOBIN, D. Psicolinguística. São Paulo: EDUSP, 1980. v. 16. p. 3-8.

SCHWARTZ, R.; LEONARD, L. B.; WILCOX, M., J; FOLGEN, K. Again and again: reduplication in child phonology. Journal of child language, v. 7, p. 75-88, 1980.

TENANI, L. Fonologia Prosódica. In: HORA, D. da; MATZENAUER, C. L. Fonologia, fonologias. São Paulo: Contexto, 2017. p. 109.

THELEN, E.; SMITH, L. B. A Dynamic Systems Approach to the Development of Cognition and Action. Cambridge, MA: MIT Press, 1994.

VIARO, M. E.; GUIMARÃES-FILHO, Z. O. Análise quantitativa da frequência dos fonemas e estruturas silábicas portuguesas. Estudos Lingüísticos XXXVI(1), p. 27-36, jan./abr. 2007.

VIHMAN, M. M. Early syllables and the construction of phonology. In: FERGUSON, C. A.; MENN, L.; STOEL-GAMMON, C. (ed.). Phonological Development: Models, Research, Implications. Parkton, MD: York Press, 1982.

VIHMAN, M. M. Phonological development: the origins of language in the child. Cambridge: Blackwell publishers, 1996.

VIHMAN, M. M.; VELLEMAN, S. L. Whole-Word Phonology Templates: Trap, Bootstrap, or Some of Each? Language, Speech, and Hearing Services in Schools, v. 33, p. 9-23, 2002.

VIHMAN, M. M; CROFT, W. Phonological development toward a “radical” templatic phonology. Linguistic, v. 45, n. 4, p. 683-725, jan. 2007.

VOGELEY, A.; HORA; D. da. Fonologia Autossegmental. In: HORA, D. da; MATZENAUER, C. L. Fonologia, fonologias. São Paulo: Contexto, 2017. p. 63 - 80.

Downloads

Publicado

30-12-2024