RAÇA, GÊNERO E INTERSECCIONALIDADE: OS SENTIDOS DE MULHER NEGRA DO LIVRO DIDÁTICO ÀS CAPAS DE REVISTA
DOI:
https://doi.org/10.54221/rdtdppglinuesb.2021.v9i1.222Palavras-chave:
Mulher Negra; Semântica do Acontecimento; Livro Didático; Revista.Resumo
Há séculos atrás, quando as mulheres não tinham voz ativa na sociedade, diversas lutas foram travadas para que pudessem ter o direito de serem respeitadas com igualdade perante os homens. Dentre essas mulheres, existia ainda um grupo que se destacava nessa luta ao reivindicar não apenas igualdade de gênero, mas brigavam também pela igualdade de raça. Essa problemática se constitui, conforme mulheres negras têm seu discurso silenciado ao longo da história pela sobreposição dos interesses racistas do movimento de mulheres e intenções sexistas do movimento negro. Sob essa perspectiva, percebe-se a necessidade de se entender como esse embate de opressões se constituem no atual cenário em que vivemos e como o cruzamento de tais marcadores identitários operam juntos. Dessa forma, nosso objetivo geral é entender como os sentidos de mulher negra e o funcionamento do político são constituídos no livro didático e nas revistas voltadas para o público feminino, os quais constituem o nosso corpus. Assim, temos como pergunta de trabalho: como os sentidos de mulher negra se constituem diante da intersecção entre raça e gênero? Para nortear os caminhos para responder essa questão, partimos da hipótese de que há um duplo lugar para a mulher negra, enquanto raça e gênero, ocupando uma dupla discriminação. Para o desenvolvimento da pesquisa, fundamentamos esse trabalho a partir dos pressupostos teóricos da Semântica do Acontecimento, teoria semântica enunciativa que parte da premissa de que os sentidos são constituídos na enunciação, numa relação da língua com a própria língua, enquanto algo que é tomado na temporalidade do acontecimento. Sendo assim, o acontecimento de linguagem instaura sentidos porque é afetado pelo político que instala o conflito no centro do dizer, estabelecendo uma desigualdade que divide e redivide nos espaços de enunciação.
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